quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sem estrelas, CT Rei Pelé vive dias de tranquilidade e vira um 'spa'

Do outro lado do extenso muro que circunda o terreno de cerca de 40 mil metros quadrados entre as avenidas Rangel Pestana e Francisco Manoel, no bairro do Jabaquara, em Santos, convivem algumas das principais estrelas do futebol brasileiro na atualidade. O Centro de Treinamentos Rei Pelé é a casa de Neymar e Paulo Henrique Ganso, astros do Peixe e da renovada Seleção Brasileira.
Time do Santos (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
Em tempos normais, o local está sempre cheio. Do lado de dentro, além dos jogadores e demais funcionários do Peixe, jornalistas, visitantes e alguns torcedores mais sortudos que conseguem a chance de ver os ídolos de perto. Do lado de fora, fãs que, diariamente, passam horas na porta de entrada dos jogadores aguardando um aceno, um autógrafo. Neymar é, de longe, o mais assediado. Sempre há uma aglomeração de garotas com cartazes à espera do craque, para vê-lo nem que seja de relance. Há ainda quem se arrisque a subir nas árvores das calçadas para tentar assistir ao treino. Mas tudo isso, em dias comuns.
Atualmente, o CT Rei Pelé vive dias de extrema calmaria. As ausências de Neymar, Ganso e Elano, que estão servindo à Seleção Brasileira, além da saída de Zé Eduardo, vendido para o Genoa-ITA, transformaram o clima do local. Não há mais fila de fãs na porta. As árvores ganharam descanso. Acompanhando os treinos, apenas os veículos de comunicação que mantêm cobertura diária do Peixe.
Aliás, a falta dos malabarismos de Neymar com a bola, nos momentos de intervalo das atividades, é muito sentida por fotógrafos e cinegrafistas, que costumam passar a maior parte do tempo registrando os movimentos inusitados do garoto de moicano.
Dentro do campo, há também uma significativa mudança de comportamento. Sem Neymar e Zé Love, principalmente, não se vê mais aquele clima de recreio de escola, com brincadeiras, trotes e cantorias. Funcionários do CT comentam que o local virou uma espécie de spa, tamanho é o clima de tranquilidade.
Não que, sem Neymar, o grupo santista se torne mal humorado. É questão de temperamento. Além do mais, muitos jogadores que estão à disposição de Muricy Ramalho chegaram há pouco tempo, casos de Rychely e Borges, além dos garotos que vieram recentemente das categorias de base e ainda estão buscando entrosamento, como o meia Renan Mota.
O zagueiro e capitão do time, Edu Dracena, afirma que, de fato, o clima no CT anda bem mais tranquilo por causa da ausência de algumas estrelas e também pelo fato de o furacão das finais da Taça Libertadores ter passado. Há duas semanas, o local andava muito movimentado. Ele lembra, também, que o grupo santista diminuiu por causa das ausências dos três da Seleção Brasileira principal, dos outros três que estão com a sub-20 (Alex Sandro, Danilo e Felipe Anderson), além dos jogadores que deixaram o clube: Maikon Leite, Zé Eduardo e Alan Patrick. Isso ajuda a deixar  "silenciar" o local. Afinal, são nove atletas a menos, vários deles, líderes da algazarra.
- Se você olhar para o campo durante os treinos desses dias não vai ver muita gente mesmo. Nosso elenco deu uma boa encolhida e mal dá para escalar 18 que vão aos jogos - observa.
 

Líder Timão defende série invicta de 2010

juninho pernambucano vasco treino (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Primeiro colocado com um jogo a menos que os adversários direitos, o Corinthians agora é o time a ser batido no Campeonato Brasileiro. E vencer o líder, nesta quarta-feira, às 21h50m, no Pacaembu, tem um sabor todo especial para o Vasco. Enquanto os paulistas tentam confirmar o ótimo momento e disparar na classificação, os cariocas buscam a reação na reestreia do ídolo Juninho Pernambucano.

Mais do que a ponta da tabela e a briga pelo título nacional, o Timão defende também a continuidade de uma invencibilidade de 15 partidas no Brasileirão. O time não perde pelo torneio desde 13 de outubro de 2010, quando foi batido pelo mesmo Vasco por 2 a 0, em São Januário. Na ocasião, um triunfo colocaria a equipe paulista em primeiro lugar. Depois disso, foram dez vitórias e cinco empates.

A arrancada na atual temporada foi premiada na rodada anterior, com a vitória por 1 a 0 sobre o Bahia, em Salvador. O resultado, aliado à derrota do São Paulo para o Botafogo, colocou o Corinthians em primeiro, com 16 pontos, um a mais que o rival. A diferença pode ser ainda maior caso o Timão vença o jogo atrasado da quinta rodada, diante do Santos, marcado para 10 de agosto.

Garantido na Libertadores 2012 com o título da Copa do Brasil, o Vasco procura não se acomodar no Brasileiro. Para isso, precisa reagir depois de ser batido por 3 a 0 em casa pelo Cruzeiro. O revés derrubou a equipe para a nona colocação, com 11 pontos. Desta vez, a grande arma será a presença do meia Juninho Pernambucano, que retorna depois de dez anos no exterior.

O gaúcho Leandro Vuaden apita o duelo. Ele será auxiliado pelos conterrâneos José Chaves Franco Filho e Marcelo Bertanha Barison. A Rede Globo transmite a partida ao vivo para os estados de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre, Amapá e Rio de Janeiro (exceto Resende), além das cidades de Juiz de Fora-MG e Balsas-MA. O jogo também terá transmissão do Premiere 1 pelo sistema pay-per-view. O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os lances em Tempo Real, com vídeos.
flamengo x corinthians willian (Foto: Alexandre Cassiano/O Globo)
header o que esta em jogo
Corinthians: é a primeira vez que o Timão defende a liderança do Campeonato Brasileiro. Invicto, o Alvinegro tenta aproveitar o grande momento para abrir vantagem na ponta da classificação. Mais que isso: pode chegar ao 16º jogo seguido sem perder no torneio.
Vasco: a chance não só de voltar a encostar no topo da tabela - atualmente o clube ocupa a nona posição - como também de impedir que o atual líder Corinthians se isole ainda mais. Além disso, o Vasco precisa recuperar a derrota na última rodada, para o Cruzeiro, em São Januário. Uma vitória fora de casa seria fundamental para compensar o tropeço.
header as escalações 2
Corinthians: o técnico Tite realizou duas mudanças em relação à formação que derrotou o Bahia por 1 a 0, em Salvador. O zagueiro Wallace entra para formar dupla com Leandro Castán, enquanto o volante Paulinho retorna depois de cumprir suspensão pelo terceiro cartão amarelo. Edenílson volta ao banco de reservas. A escalação é a seguinte: Julio Cesar, Weldinho, Wallace, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Liedson e Willian.
Vasco: o Vasco terá uma grande modificação em relação ao último jogo: a entrada de Juninho Pernambucano. De resto, o time será o mesmo que acabou derrotado para o Cruzeiro. Com Ramon afastado, Marcio Careca se assume de vez a lateral esquerda. O Vasco entra em campo com: Fernando Prass, Fagner, Dedé, Anderson Martins e Marcio Careca; Romulo, Juninho Pernambucano, Felipe e Diego Souza; Eder Luis e Alecsandro.
quem esta fora
Corinthians: o zagueiro e capitão Chicão não tem condições de enfrentar o Vasco. O defensor participou de parte do treino de terça-feira, mas não se recuperou totalmente de uma amigdalite e acabou vetado pelos médicos. Ele e o lateral-direito Alessandro, praticamente pronto após uma lesão na coxa direita, devem enfrentar o Atlético-GO, domingo, no Serra Dourada.
Vasco: Nilton segue se recuperando da lesão no joelho direito, assim como o zagueiro Cesinha e o volante Fellipe Bastos, ambos com lesões musculares na coxa esquerda.
header pendurados
Corinthians: Danilo e Liedson.
Vasco: Diego Rosa e Felipe.
header fique de olho 2
Corinthians: Willian vem sendo impiedoso contra os clubes do Rio de Janeiro. O jogador fez dois gols diante do Fluminense e um frente ao Flamengo. Menos badalado que os outros integrantes do setor ofensivo, ele vem sendo um dos grandes destaques da equipe no Brasileirão.
Vasco: Juninho Pernambucano é a principal novidade. O ídolo da torcida fará sua reestreia pelo Vasco pouco mais de um mês após ter acertado o retorno ao clube. Em forma, o volante está na expectativa de aguentar os 90 minutos, mas o técnico Ricardo Gomes disse que vai avaliar no intervalo se ele conseguirá retornar para o segundo tempo. Mas independentemente de quanto tempo ele suportar, a expectativa pelo aproveitamento de Juninho é muito grande.
header o que eles disseram
Tite, técnico do Corinthians: “Precisamos nos manter na parte de cima da classificação. Será um jogo difícil. O Vasco vem com a confiança de ter se afirmado com o título da Copa do Brasil. Sem dúvida, está entre os cinco ou seis times com melhor futebol do país”.
Ricardo Gomes, técnico do Vasco: "Vai ser um jogo muito disputado. Vamos enfrentar o líder do campeonato, uma equipe que atravessa bom momento. E nós estamos buscando a recuperação fora de casa, mas com muita confiança apesar do último resultado, que foi ruim. Vamos tentar impor o nosso jogo e colocar o Corinthians em dificuldade durante a partida".
header números e curiosidades
* Corinthians e Vasco se enfrentaram 23 vezes em São Paulo na história do Campeonato Brasileiro. Na capital paulista, o Timão venceu seis vezes, contra quatro vitórias do Vasco, além de 13 empates.
* A média de gols das partidas entre Corinthians e Vasco pelo Campeonato Brasileiro é de 2,3 gols por jogo. Em 42 jogos, as redes foram balançadas 97 vezes.
* Com apenas três gols sofridos, o invicto Corinthians tem a melhor defesa do Brasileirão. O time não sofreu gols nas três últimas partidas.
 
header último confronto v2Corinthians e Vasco se enfrentaram pela última vez na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. No dia 28 de novembro, o Timão levou a melhor e bateu o time da Colina por 2 a 0 diante de mais de 33 mil torcedores no Pacaembu. O resultado manteve a equipe paulista na briga pelo título da competição, que acabou sendo conquistado pelo Fluminense. Bruno César e Danilo marcaram os gols da partida. O vascaíno Zé Roberto foi expulso. No primeiro turno, o Vasco venceu pelo mesmo placar, em São Januário.

Substituto de Cabañas, novo matador paraguaio atende por Lucas Barrios

lucas barrios treinador paraguai (Foto: Agência EFE)
Sem Salvador Cabañas, fora de ação após levar um tiro na cabeça no ano passado, o Paraguai está em busca de um novo carrasco do Brasil. Candidatos não faltam à equipe comandada por Gerardo Martino. Mas o preferido sequer é guarani. Argentino de nascimento, mas naturalizado paraguaio, Lucas Barrios, de 26 anos, é a arma do time para o confronto deste sábado, às 16h (de Brasília), em Córdoba, pela segunda rodada da Copa América.
Filho de mãe paraguaia, Barrios conseguiu a naturalização em abril do ano passado. Só assim pôde figurar na lista dos jogadores que disputou a Copa de 2010, na África do Sul. Contra o Brasil, ele nunca atuou. Será a primeira vez neste sábado. Mas o fardo é pesado. O atacante foi chamado para a seleção justamente para substituir o ex-jogador do América-MEX.
Mas não será fácil superar o desempenho de Cabañas diante da Seleção Brasileira. Nos dois últimos duelos entre as equipes, ambos pelas eliminatórias para o Mundial da África do Sul, uma vitoria para cada lado: triunfo do Paraguai por 2 a 0, em Assunção, e vitória do Brasil por 2 a 1, em Recife. O goleador marcou uma vez em cada duelo.
Jogar com uma equipe da envergadura do Brasil é uma motivação extra"
Lucas Barrios
E é exatamente tal missão que o atacante do Borussia Dortmund terá que cumprir diante da Seleção de Mano Menezes. Barrios virou cidadão paraguaio em 2010. A oficialização da documentação serviu justamente para tapar a lacuna pela ausência do antigo matador. E o atacante do Borussia, atual campeão alemão, não fez feio. Na última temporada, o jogador marcou 19 vezes em 37 partidas. Pela seleção paraguaia, ele também tem números expressivos. Foram 15 partidas, cinco gols e quatro assistências. No Mundial, ele participou de cinco confrontos.
Antes de defender o Borussia e se naturalizar paraguaio, Barrios se destacou atuando pelo Colo Colo, do Chile. Foram 53 jogos e 49 gols. As boas partidas chamaram a atenção da equipe de Dortmund que desembolsou € 4 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões) para contar com o jogador a partir de junho de 2009.
Lucas Barrios comemoração gol Paraguai Bolívia (Foto: Foto: Efe)
Empolgado com a participação em sua primeira Copa América, Barrios comentou já em Córdoba a importância do duelo contra a Seleção Brasileira.
- Jogar com uma equipe da envergadura do Brasil é uma motivação extra. É uma partida decisiva para sabermos qual será o nosso futuro. Com uma vitória, estaríamos muito perto da classificação. Encaramos o confronto como o mais importante do Grupo B – disse Barrios.
O zagueiro Thiago Silva, que terá a missão de conter o ímpeto de Barrios comentou o bom momento vivido pelo atacante. Mas fez uma ressalva à preocupação que a Seleção precisa ter com o Paraguai.
- No futebol de hoje nós acompanhamos tudo e todos. Vejo até a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro e conheço a maioria dos jogadores. O Barrios é um jogador que precisamos ter atenção redobrada, mas ele não joga sozinho - avaliou.
Neste sábado, Barrios terá a oportunidade de calar a torcida brasileira no estádio Mário Kempes, em Córdoba. O confronto entre a Seleção e o Paraguai será transmitido ao vivo pela TV Globo, Sportv e GLOBOESPORTE.COM. O site também acompanha a partida em Tempo Real.

Sem Kleber, Wellington Paulista ganha moral para ficar no Verdão

luan -wellington paulista palmeiras x avaí (Foto: Agência Estado)
O atacante Kleber não participou do treino coletivo desta terça-feira, na Academia de Futebol, e deu espaço novamente para Wellington Paulista. Nesta quinta-feira, contra o América-MG, o centroavante deve ser titular pelo segundo jogo seguido, ficando assim cada vez mais longe de uma transferência para o Internacional. Feliz por estar sendo aproveitado, Wellington se sente mais adaptado ao grupo e cheio de vontade de atuar.
Percebendo esse ânimo, os companheiros dão uma força extra ao atacante. Kleber ainda não sabe se terá condições de jogo na quinta-feira, já que está recém-recuperado de um edema na coxa esquerda. Por isso, a moral e responsabilidade de Wellington aumentam.
- O Kleber tem de se tratar e voltar 100%. Então vamos dar moral para o Wellington, que jogou muito bem não só no ataque, mas também marcando volantes, zagueiros... É importante cada jogador estar comprometido com o time, e nada melhor do que dar força para ele – afirmou o volante Marcos Assunção.
A proximidade da família pesou demais na decisão de Wellington em permanecer. Ele havia ficado insatisfeito com o fato de ter sido colocado de lado nos jogos iniciais do Brasileirão. Contra o Internacional, por exemplo, ele foi preterido por Dinei, que entrou no segundo tempo da partida. Hoje, a situação é diferente: os elogios de Felipão na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-GO renovaram as esperanças do atacante em ter mais espaço.
Vamos dar moral para o Wellington"
Marcos Assunção
- Ele está mais animado mesmo, não quer sair do Palmeiras – disse uma pessoa próxima ao jogador.
O contrato dele é de empréstimo e vence no fim do ano. O Cruzeiro, dono dos direitos econômicos do jogador, chegou a dar sinal verde para o Inter conversar com o jogador, mas os clubes não chegaram a um acordo em relação a valores. O Al-Rayyan, do Qatar, fez proposta oficial, mas Wellington Paulista recusou.
Segundo a diretoria do Palmeiras, apenas a proposta do Oriente Médio chegou ao conhecimento do clube. O Verdão precisa ser avisado em caso de qualquer negociação, já que tem a opção de igualar a proposta para manter o atacante. Nesta quinta, Wellington deve chegar ao seu quinto jogo no Brasileirão. Se fizer mais duas partidas, não pode mais atuar por outro clube na Série A. Pelo ânimo do atacante, isso não será necessário.

Após ser lembrado no retorno, fã faz novo pedido a Juninho: Libertadores

Quando retornou ao Vasco, Juninho Pernambucano se lembrou da promessa que fez a dois vascaínos no aeroporto de Paris, em 2006. Na ocasião, eles filmaram o encontro e colocaram o vídeo no Youtube. Desde então, o engenheiro Felipe Pereira sonhava reencontrar o ídolo, desta vez em São Januário. E o tão sonhado momento chegou. A convite do GLOBOESPORTE.COM, o vascaíno esteve no último treino do jogador antes da reestreia contra o Corinthians, na noite desta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Pacaembu. Visivelmente emocionado, o fã aproveitou a chance e fez um novo pedido: a Libertadores.
O contrato de Juninho com o Vasco vai até dezembro, e sua participação na competição em que sacramentou sua idolatria com o histórico gol de falta na semifinal contra o River Plate ainda não é certa. Como todos sonham em ver o volante entrando em campo pela Libertadores mais uma vez, Felipe resolveu repetir a estratégia que deu certo anteriormente. Mas, desta vez, Juninho escapou pela tangente.
Torcedor Vasco vídeo Juninho (Foto: Thiago Correia / Globoesporte.com)
O camisa 8 admitiu que pensa sim em renovar. Mas antes de cravar qualquer promessa, quer saber como será seu desempenho no Campeonato Brasileiro. Aí, sim, poderá atender o desejo de Felipe. Brincalhão e de bom humor, Juninho disse que agora vai medir as palavras quando estiver diante das câmeras. Ou então vai ter de ver outra vez uma promessa eternizada na internet.
- Eu fiz uma brincadeira e ele colocou lá no Youtube! Cheguei e falei: "um dia eu volto". Depois disso, pessoas próximas a mim me cobravam o tempo todo e eu acabei citando o caso na entrevista. Desta vez eu não prometo, não, vocês estão gravando tudo (risos)! Mas eu tenho vontade de disputar a Libertadores. Se tudo der certo, vai surgir a oportunidade - afirmou Juninho.
O Reizinho lembrou o carinho demonstrado por Felipe e pelo amigo Ícaro Leonardo na ocasião.
Torcedor Vasco vídeo Juninho (Foto: Thiago Correia / Globoesporte.com)
- Nosso encontro foi em Paris, muitos anos depois de eu ter saído do Vasco. Tinha tempo que não cruzava com um vascaíno. E, pela forma como ele falou, foi muito legal. Eles tinham uma camisa 8, diziam que era minha. E veio o vídeo. O primeiro encontro foi lá e o segundo, agora. Pronto, está cumprida a promessa. Agora espero dar ainda mais alegrias - disse.
Sob olhares agradecidos dos amigos, Felipe ganha autógrafos
Ao saber que finalmente reencontraria Juninho, Felipe aproveitou e avisou aos amigos vascaínos. Quatro deles resolveram acompanhar tudo de perto. Vinícius, Marcos, Gabriel e Aurélio foram a São Januário e, mais uma vez, agradeceram ao amigo por ter arrancado a promessa e indiretamente ter ajudado no retorno do grande ídolo. Mas, brincalhões, as provocações também fizeram parte do encontro.
- A gente agradece, mas ele não fez mais do que a sua obrigação como vascaíno (risos) - brincou Vinícius.
Com câmeras nas mãos, os amigos registraram de longe o encontro. E fotografaram também o momento em que Juninho autografou a camisa de Felipe. Este era um dos principais desejos do vascaíno, afinal de contas, o uniforme assinado em Paris não era seu e sim de uma amiga. Ou seja, ele teve todo o trabalho, mas teve de devolver o troféu. Agora, a sua está garantida e com direito a relembrar exatamente o que fez no aeroporto.
- Eu me lembro que no aeroporto eu cheguei todo nervoso e você pediu para eu esticar a camisa. Agora faço a mesma coisa - disse, emocionado.
Amigos Felipe vasco (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
Felipe aproveitou para emendar e pedir também um autógrafo no ingresso do jogo contra o Internacional, que vai marcar o retorno de Juninho Pernambucano a São Januário, sábado.
- Vou estar aqui neste jogo histórico. Foi um dia muito legal, só posso agradecer a ele por tudo. Ver ele lembrando de tudo na coletiva foi uma grata surpresa. Agora eu espero que ele jogue a Libertadores. Vamos torcer - afirmou.

Alicerces de um Flamengo vencedor, Léo Moura e Juan agora são rivais

Léo Moura é fã de pagode e tem fama de boa-praça. Juan curte hip-hop e por conta da personalidade foi apelidado por alguns ex-companheiros de "Seu Saraiva" - famoso personagem do falecido ator Francisco Milani. Um destro, um canhoto, dois amigos. Apesar das diferenças, as trajetórias se cruzaram. Depois de atuarem lado a lado durante cinco temporadas nas laterais do Flamengo, Léo e Juan sentirão pela primeira vez a estranha sensação de serem adversários. Nesta quarta-feira, o Rubro-Negro recebe o São Paulo no Engenhão, às 21h50m (de Brasília), pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.
Juan Léo Moura arquivo Flamengo (Foto: Arquivo de foto / Ag. o Globo)
- Será diferente. Desde 2004 nós jogamos juntos, nunca nos enfrentamos. Tenho que marcá-lo de perto, pois é muito inteligente. Merece tudo o que conquistou na carreira – comentou Léo Moura, um dos principais nomes do Fla.

Assim como Juan, Léo já vestiu a camisa do Tricolor Paulista. Foi em 2003. De lá, saiu para encontrar o companheiro no ano seguinte no Fluminense. Naquela época eles estreitaram a amizade e viveram uma situação inusitada fora de campo.
Em 2004, eu abriguei o Juan na minha casa e moramos juntos um tempo. Juan é um cara tranquilo, diferente do que falam dele. É um cara do bem. Espero que ao ler isso ele me dê uma moral nesta quarta."
Léo Moura
- Em 2004, eu abriguei o Juan na minha casa e moramos juntos um tempo. Juan é um cara tranquilo, diferente do que falam dele. É um cara do bem. Espero que ao ler isso ele me dê uma moral nesta quarta – brincou.
A "moral" pedida por Léo não está garantida, mas Juan tem gratidão de sobra.   
- Será um reencontro muito bom. Tenho um carinho especial por ele e pela família dele. Ele me ajudou muito na minha chegada, foi importante na minha adaptação ao Rio de Janeiro. Tenho muita consideração por ele. Ainda não nos falamos e vou esperar entrar em campo para vê-lo.

Foi a partir de 2006, no Flamengo, que a dupla viveu seu melhor momento na carreira. Foram cinco títulos em cinco anos: uma Copa do Brasil, três Campeonatos Cariocas e um Campeonato Brasileiro. O reconhecimento por suas atuações não demorou a aparecer. Considerados os pulmões do time, viraram alicerces de uma geração vencedora. Em 2007, Juan foi convocado para a Seleção Brasileira. Léo seguiu o mesmo caminho no ano seguinte. Em 2008, aliás, foram eleitos os melhores laterais do país.
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Léo Moura Juan
Pelo Flu, em 2004, Léo fez 41 jogos e não marcou gols Pelo Flu, entre 2004 e 2005, foram 74 jogos e três gols
Desde 2005 no Fla, o camisa 2 disputou 336 jogos e fez 39 gols Pelo Fla, entre 2006 e 2010, Juan jogou 256 vezes e fez 32 gols
 Juan deixou o Flamengo no fim do ano passado. A permanência parecia certa, mas não se confirmou. A relação do ex-camisa 6 rubro-negro com a torcida teve alguns percalços, mas os bons momentos ficaram.
- Será um reencontro muito especial, contra um clube que me identifiquei muito e vivi grandes momentos. Vou poder reencontrar velhos amigos e enfrentar jogadores que me marcaram. Será bacana reencontrar a torcida, vai ser emocionante com certeza. Guardo com muito carinho as festas que eles faziam nas vitórias e nos títulos. A torcida do Flamengo na arquibancada é bonita demais - recordou.
O São Paulo é o vice-líder do Brasileiro, com 15 pontos, dois a mais que o Flamengo, que é o sexto. Enquanto os paulista perderam as últimas duas partidas, os cariocas venceram os dois confrontos anteriores.
- Precisamos voltar a vencer. É difícil ganhar do Flamengo no Rio e uma vitória nos traria a confiança de volta - analisou o lateral-esquerdo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Eder Luis aparece no BID e está liberado para enfrentar o Corinthians

Eder Luis no treino do Vasco (Foto: Maurício Val / FOTOCOM.NET )
Depois de receber a documentação pendente do Benfica, a diretoria do Vasco agiu rápido e conseguiu ainda nesta segunda-feira regularizar o atacante Eder Luis na CBF. O novo contrato de empréstimo do jogador, que vai até o dia 30 de junho de 2012, já foi divulgado no BID. Desta forma, o camisa 7 está liberado para atuar na partida contra o Corinthians, quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Pacaembu. O jogo será a estreia de Juninho.
Antes mesmo de saber da regularização, Eder Luis já estava confiante de que poderia estar em campo na quarta. Para ele, o fato de Ricardo Gomes ter treinado com Bernardo entre os titulares é importante para dar mais alternativas ao time.
- Acredito que dê tudo certo. Vou viajar amanhã (terça). Estava treinando normalmente e estou pronto para jogar. Espero que o sistema não saia do ar (risos). Foi bom o Ricardo treinar com o Bernado porque é sempre importante ter alternativas, não vou jogar todos os jogos. Bernardo foi muito bem no treino, fez alguns gols. A equipe está bem preparada, isso é o mais importante.
O nome do volante Fellipe Bastos ainda não consta no site da entidade. Ele também renovou seu vínculo com o Vasco até a metade da próxima temporada. O jogador, no entanto, ainda ficará cerca de 20 dias fora da equipe por causa de um estiramento na parte posterior da coxa esquerda.

Renato recorda dobradinha contra Rogério Ceni: ‘Ele não teve reação’

A recordação vem à cabeça de Renato ao ser questionado se lembra quando conseguiu transpor a barreira de Rogério Ceni. O ano era 2002. O meia do Flamengo defendia o Corinthians diante do São Paulo, com Kaká, no Torneio Rio-São Paulo. Na verdade, foram duas bolas de Renato que o goleiro não pegou mesmo. E inusitadas para o jogador que tem como forte a perna esquerda: uma cabeçada e um chute potente de direita garantiram a vitória por 3 a 1.

Pelo Flamengo, Renato ainda não balançou a rede de Rogério, adversário desta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Engenhão, pela oitava rodada do Brasileiro. No Corinthians, o jogador também fez gol de falta no goleiro, mas as recordações são do dia em que o camisa 1 “não teve reação”.

- Aquelas duas bolas ele não pegou mesmo. Comecei no banco, entrei e fiz dois gols. Um de cabeça, depois de cruzamento do Deivid (seu companheiro hoje no Flamengo), e outro com um chute de muito longe de perna direita. Ele não teve reação - recordou Renato.
Renato treino Flamengo (Foto: Maurício Val / VIPCOMM)
No duelo pelo Rio-São Paulo, Renato entrou com a camisa 20 na vaga de Gil, aos 23 minutos do segundo tempo. Aos 29 e aos 38, ele fez os gols que decretaram a vitória corintiana. Na ocasião, o Timão quebrou um jejum de cinco partidas contra o Tricolor.

- Pelo Flamengo, ainda não consegui fazer gol no Rogério. Espero ter essa possibilidade nesta quarta-feira.
Oito anos depois, Rogério e o São Paulo vivem um momento conturbado. Depois de cinco vitórias nas cinco primeiras rodadas do Brasileirão, o time foi goleado por 5 a 0 pelo Corinthians e perdeu por 2 a 0 para o Botafogo, no Morumbi, resultado que o tirou da liderança (atualmente é o segundo, com 15 pontos). Nos dois jogos, Ceni falhou feio. Renato, no entanto, não espera o goleiro abatido no Rio.
Rogério é um grande goleiro. Não podemos deixar de lembrar que ele tem uma história bonita no São Paulo, que já passou por dificuldades, mas deu muitas voltas por cima."
Renato
- Rogério é um grande goleiro. Não podemos deixar de lembrar que ele tem uma história bonita no São Paulo, que já passou por dificuldades, mas deu muitas voltas por cima. Teve duas falhas, sim, mas pela pessoa e pelo profissional que é dá tranquilidade ao time dele.
Com a entrada do volante Airton no time, Renato continua na posição, mas terá mais liberdade para chegar na frente. A tendência é que os chutes de média distância reapareçam. O respeito existe, mas é preciso arriscar.
- Quando se trata de um goleiro menos experiente, sem tanta bagagem, é válido testar. Com o Rogério, tem que respeitar. Arriscar é sempre normal, independentemente de qualquer goleiro. Temos de procurar tentar, temos de procurar fazer gols.
O Flamengo está em sexto na tabela, com 13 pontos.

Na contramão: Série A tem média de um gol contra por rodada

Apesar de não ter Didi, Dedé, Mussum nem Zacarias, o Campeonato Brasileiro de 2011 tem sido marcado por diversas trapalhadas. Após sete rodadas disputadas, a competição já registrou o mesmo número de gols contra - embora um deles, de forma equivocada, não tenha ido para a súmula do jogo. É uma quantidade expressiva, se for levado em conta que, em todo o Brasileirão do ano passado, houve 12 ocasiões em que um jogador balançou a rede do próprio time.
No último sábado, em jogo que tinha sido adiado, o placar só saiu do zero porque o zagueiro Anderson, do América-MG, fez as vezes de atacante do Santos e cabeceou contra o próprio gol para decretar a vitória do Peixe pela contagem mínima (veja este e os outros seis gols contra no vídeo acima).
Duas outras partidas deste Brasileiro foram resolvidas de maneira semelhante. Pela segunda rodada, o Grêmio bateu o Atlético-PR na Arena da Baixada com um gol contra infantil do zagueiro Rafael Santos. Sem olhar para a sua meta, ele recuou a bola para o goleiro, que estava saindo da área e não conseguiu evitar o pior. Já na rodada de abertura, o goleiro Fábio deu bobeira e socou a bola em cima do companheiro Marquinhos Paraná. Resultado da trapalhada: gol do Figueirense e triunfo catarinense por 1 a 0.
gol contra marquinhos paraná cruzeiro (Foto: Rubens Flores / Agência Estado)
No entanto, foi o jogo entre Internacional e Palmeiras que ficou marcado por uma troca de gentilezas. Primeiro, Márcio Araújo, do time paulista, teve "frieza" para colocar a bola no ângulo do goleiro Marcos. O problema é que ambos são do mesmo time. Quatro minutos depois, numa atitude solidária ao companheiro de profissão, o zagueiro Rodrigo, do Inter, empatou o jogo para o Palmeiras em mais um gol contra desajeitado na partida.
gol contra marcio araujo palmeiras (Foto: Wesley Santos / Agência Estado)
Quem se utilizou da política da boa vizinhança para agradar às duas torcidas presentes foi Casemiro, do São Paulo. No jogo diante do Grêmio, ele abriu o placar para o clube paulista na etapa inicial. Quando voltou do intervalo, o volante deu a impressão de que esqueceu que sua equipe atacaria para o outro lado e empatou para o Tricolor gaúcho.
Na goleada do Palmeiras por 5 a 0 sobre o Avaí, George Lucas se encarregou de abrir os trabalhos para o Verdão apesar de defender o clube catarinense. O lateral-direito ao menos teve a cara livrada pelo árbitro Fabrício Neves Correa na súmula. O gol foi creditado ao palmeirense Lincoln, que nem sequer encostou na bola.Veja o número de gols contra nas últimas cinco edições da Série A:
2010 - 12 gols contra (0,31 por rodada)
2009 - 18 gols contra (0,47 por rodada)
2008 - 14 gols contra (0,36 por rodada)
2007 - 18 gols contra (0,47 por rodada)
2006 - 25 gols contra (0,65 por rodada)Série B não fica atrásContagiados pela febre dos gols contra, os jogadores da Série B também têm aprontado das suas neste sentido. Em nove rodadas até aqui, oito atletas assumiram papel de vilão e colocaram a pelota na direção errada. A situação mais curiosa delas ocorreu com o goleiro Júlio César, da Ponte Preta. Depois de um lateral cobrado pelo Salgueiro na área da Macaca, o camisa 1 foi amortecer a bola para segurá-la em dois tempos e acabou por vê-la passar por baixo de suas próprias pernas antes de entrar. Para a sua sorte, a Ponte venceu o jogo por 3 a 2 e a falha foi amenizada (assista aos gols da partida no vídeo).
Outros jogadores fizeram gols contra na Série B de 2011. São eles: Marcelinho (Boa Esporte, a favor do Guarani); Felipe (Bragantino, a favor da Portuguesa); Paulo Rodrigues (Duque de Caxias, a favor do Paraná); Douglas (Grêmio Barueri, a favor da Ponte Preta); Jorge Felipe (Náutico, a favor da Portuguesa) Luís Ricardo (Portuguesa, a favor do Guarani); Bruno Recife (São Caetano, a favor do Salgueiro).

Meu Jogo Inesquecível: 'La Máquina' do River faz Manolo Epelbaum viajar

No país onde hoje é disputada a Copa América, há exatos nove dias o futebol foi como o tango. Drama, paixão e tristeza tomaram conta dos milhões de torcedores do River Plate após o empate por 1 a 1 com o Belgrano, resultado que selou, pela primeira vez em 110 anos de história, o rebaixamento do grande clube para a segunda divisão argentina. Distante do Rio da Prata, o portenho mais carioca procurava conter a emoção. Radicado há 55 anos no Rio de Janeiro, o comentarista do SporTV Manolo Epelbaum, ao passo que criticava, com voz embargada, durante a transmissão da partida, a violência dos mais exaltados com o resultado, vivia situação inusitada. Sentia escorrer de seus olhos, pela primeira vez, em mais de 50 anos de carreira, a lágrima da decepção.
A grandeza de um clube não se mede só por títulos e gols, mas por gestos"
Manolo Epelbaum
Quem o conhece das tardes e noites de coberturas de futebol no Maracanã e em outros estádios está acostumado ao jeito alegre e bem camarada. Torcedor do River Plate, Manolo adotou o Flamengo como paixão brasileira. Além, obviamente, do Rio, para onde se mudou de vez em 1956, fugindo da perseguição política - quando jovem, integrava a ala esquerda do peronismo. Correspondente free lancer de revistas e jornais argentinos, como "Goles", "Clarín", "El Gráfico" e "La Nación", é um arquivo vivo do futebol mais bem jogado do planeta.
Perto de completar 79 anos, Manolo, casado há 51 anos com a brasileira Helena, com quem tem dois filhos cariocas - Alexandre e Sérgio -, viu como poucos o auge de craques brasileiros e argentinos. Confessou a preferência por Pelé como maior de todos os tempos. Ainda teve de aturar a irritação de alguns hermanos ao escalar no seu ataque de todos os tempos três brasileiros e dois argentinos - Garrincha, Zizinho, Di Stéfano, Pelé e Maradona. E admitiu:  durante a transmissão do jogo que transformou o 26 de junho de 2011 no dia mais triste da história do River Plate, lembrava de outros enredos de final feliz; Quinze anos atrás, na mesma data, o clube conquistava pela segunda vez a Libertadores ao bater por 2 a 0 o América de Cáli. Nada, porém, mais marcante do que "La Máquina" alegre e avassaladora.
manolo epelbaum river plate  (Foto: Marcio Mará/ GLOBOESPORTE.COM)
O maior time da "banda roja" (faixa vermelha) encantou a América do Sul de 1941 até o começo dos anos 1950. E, para muitos, só não fez a Argentina ganhar mais Copas do Mundo porque não houve mundial durante a Segunda Guerra. O ataque demolidor, formado por Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Loustau - mais tarde reforçado pelo gênio Di Stéfano - funciona como mantra para qualquer saudosista e desperta curiosidade dos mais jovens . Nestor Rossi era um brilhante meio-campo. Carrizo foi o melhor goleiro daquela fase. Vaghi e Rodriguez, na zaga, e Ramos e Iácono, nas laterais, davam segurança à defesa.
Após o anúncio de que o River  faria jogo para as vítimas do acidente aéreo do Torino, torcida aplaudiu e gritou o nome dos jogadores"
Manolo Epelbaum
Mas uma atitude nobre daquele time em 22 de maio de 1949 é que mais emocionou Manolo. A partida era River x Huracán, pelo Campeonato Argentino. Após o terceiro gol, marcado por Labruna, aos 43 minutos do segundo tempo - Di Stéfano e De Cicco fizeram os dois primeiros -, a surpresa foi geral no estádio Monumental de Nuñez.
- .A grandeza de um clube não se mede só pela quantidade de títulos conquistados, de gols marcados ou de jogadores excepcionais. Mede-se também pelos gestos. E um aconteceu naquele dia. O alto-falante do Monumental de Nuñez avisou: "Solicitamos aos espectadores que não abandonem o estádio, pois temos uma notícia importantíssima para dar assim que acabar o jogo." Aí, ficamos curiosos. "O que pode ser? Vamos esperar..." Aí, voltou o alto-falante: "Comunicamos à distinta plateia que hoje assistiu a mais um triunfo do River Plate que daqui a pouco toda a delegação se dirigirá ao aeroporto internacional e partirá com destino a Turim para fazer jogo em benefício das famílias dos jogadores do Torino que nesta semana, em voo entre Manchester e a cidade italiana, morreram vítimas de acidente aéreo no choque do avião com a Basílica de Superga, em Turim." Achei isso comovente... A torcida inteira aplaudiu como se o time já tivesse sido campeão. E gritou o nome dos jogadores.
La maquina river plate 1941Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Lousteau. (Foto: Divulgação)
O jornalista, naquele ano apenas um torcedor, lembra que o clube, em tempos sem publicidade ou fornecedor na camisa, bancou os custos. Sem contar que era outra época na aviação. Não se partia de Buenos Aires direto para Turim ou Roma. O voo era Rio-Buenos Aires-Recife-Ilha do Sal-Madri-Paris. Da capital francesa, pegava-se outro avião para Roma. Ou Milão. E de lá para Turim. A viagem era longa para a cidade que ainda chorava a morte de um time inteiro. Tal como o River na América do Sul, o Torino, base da seleção italiana, era a coqueluche na Europa.
La Máquina tinha elenco sensacional. Todos de seleção. Eram os Cavaleiros da Angústia"
Manolo Epelbaum
A partida beneficente no Estádio Comunale de Turim foi realizada quatro dias depois, no dia 26 de maio. E houve empate por 2 a 2 entre o River e o Torino "Símbolo". O ataque do River, treinado por José Maria Minella, foi formado por De Cicco, Col, Di Stéfano, Labruna e Loustau. Di Stéfano e Labruna marcaram os gols dos "milionários". Nyers e Annovazzi fizeram os do "Toro" italiano.
- Aí o River fez o jogo e na volta passou a usar como segunda camisa, em homenagem aos mortos no acidente, a grená do Torino. Há poucos anos, a tiraram. O detalhe é que, dois dias depois da partida,o time teria que atuar pelo Campeonato Argentino como visitante, contra o Racing. Que usava o campo do Boca porque estavam construindo ainda o seu estádio, o Cilindro. A Federação disse que se não desse tempo para o River retornar, teria de pôr em campo os aspirantes. Só que nessa equipe havia Sívori, Prado e outros tantos craques. E debaixo daquele lamaçal que todos fomos ver, meteu 3 a 0 no Racing, que depois viria a ser o campeão de 1949. Porque foi o ano do grande êxodo para a Colômbia... Di Stéfano e Rossi se transferiram para o Millonarios.
Início da paixão
 "La Máquina" conquistou Manolo ainda garoto, quando tinha nove anos. O pai torcia para o Racing, mas o futebol alegre dos craques da camisa de "banda roja" fez o então estudante fazer sua opção.
- Vi um time que, tirando o goleiro, do beque aos cinco atacantes era a Seleção Argentina. O nome "La Máquina" não tem a conotação de máquina que tem aqui. Lá é locomotiva. O elenco era sensacional. Os jogadores passaram a ser chamados de "Os cavaleiros da angústia".  Faziam 1 a 0, 2 a 0 e paravam ali. Às vezes levavam um gol... mas ganhavam sempre. O goleiro não era da seleção argentina porque era peruano., o Soriano. Depois entrou o Amadeo Carrizo. Pedernera foi um ser humano extraordinário. Era um 9 que vinha de trás. Tinha grande categoria e um chute violento. Jogando de trás, fez muitos gols. O Moreno foi um dos maiores que eu vi jogar. Labruna e Loustau eram fantásticos.
O River cair para a segunda divisão é como o Flamengo cair. Uma catástrofe"
Manolo Epelbaum
Esse time tem mais espaço no coração de Manolo do que o campeão da primeira Libertadores, em 1986, e do Mundial Interclubes, no mesmo ano, diante do Steaua Bucareste. E também supera o bicampeão sul-americano em 1996. Não que a vitória por 2 a 0 sobre o América de Cáli, mesmo adversário no primeiro triunfo em 1986, não tenha sabor especial para o jornalista, que por coincidência estava em Buenos Aires no 26 de junho daquele ano e pôde ir ao Monumental de Nuñez presenciar a conquista.
- A equipe de 1996 não marcou, apesar de ter Crespo, Francescoli, Ortega. Mas nada perto dos Cavaleiros da Angústia. Crespo estava iluminado naquele dia. Era um grande atacante. Foi um jogo atípico. Era uma situação incômoda para ver o jogo. Além de estar muito cheio, tinha uma garoa, a emoção estava grande nas tribunas. Muita gente em pé. O clima era final de Copa do Mundo, como em 1978. Mas não sou de sair para comemorar. A minha procissão vai por dentro - disse Manolo, em sua residência, no Flamengo.
O Fla para dividir
manolo epelbaum river plate  (Foto: Marcio Mará/Globoesporte.com)
Nessa época, Manolo já se dividia na paixão pelo Flamengo, que começou em 1956. O time tinha acabado de conquistar o tricampeonato de 1955 e foi a segunda tentativa de Manolo no Rio. Antes, ele vira um Vasco x Botafogo mas não se entusiasmara com nenhum dos dois.
- Em 1956, o River Plate tinha sido campeão, bem como em 1952, 1953 e 1955, depois em 1957. Era um timaço. Não era mais "La Máquina", mas tinha Rossi em fim de carreira. Aí, fui ver Flamengo x Bonsucesso. Estava na arquibancada no gol do lado do Maracanãzinho. Terminou o primeiro tempo, estava 2 a 0 para o Bonsucesso. A torcida reclamava. Eu pouco entendia. Dei dois gols de vantagem para a virada... Terminou 5 a 2 Flamengo. Lembro-me do gol do Dida, um golaço do Evaristo. Joel cruzou a bola, ele deixou passar pelas pernas e deu uma letra. Foi aí que eu vi: esse é o time mais parecido com o River. Joga um futebol alegre.
Dali em diante, a camisa rubro-negra dividiu as atenções de Manolo com a da "banda roja". O jornalista disse que a preferência maior "depende da latitude" em que se encontra. Foi, inclusive, um dos melhores amigos do atacante argentino Doval, maior ídolo do Flamengo entre o fim dos anos 1960 e início dos anos 1970 até o estouro de Zico. Tentou também convencer o então presidente rubro-negro, Hélio Maurício, a contratar um garoto que já surgia na Argentina: Maradona. Como resposta, ouviu que promessas como aquela havia "aos montes" na Gávea.
Encantou-se, como muitos, com o time tri carioca em 1979, tri brasileiro em 1980-82-83 e campeão da Libertadores e do Mundial em 1981. Nesse ano, perdeu a voz na hora de gritar o gol de Andrade, o sexto na goleada por 6 a 0 sobre o Botafogo que devolveu o placar imposto pelos alvinegros em 1972 . Manolo considera essa partida a mais marcante que viu do Rubro-Negro. Aquela geração de Zico, Leandro, Junior, Adílio & Cia., bem como o atual Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta, o fazem se recordar dos bons tempos do River. Mas a fase atual o preocupa.
- O River cair para a segunda divisão é como o Flamengo cair. Uma catástrofe. Um golpe brutal. Não somente na esfera esportiva, mas na econômica. Ainda mais que estão estudando proibir os 20 primeiros jogos do clube no Monumental de Nuñez por causa do quebra-quebra. Aí o time não sobe nunca mais.

Retrospecto recente aponta Paraguai como pedra no sapato do Brasil


julio cesar seleção brasileira (Foto: Agência Estado)
Sem dúvida alguma, a Argentina é a maior rival da Seleção Brasileira no futebol. Não há discussão. Só que recentemente, na América do Sul, a maior pedra no sapato verde e amarelo tem sido o Paraguai, adversário do Brasil no próximo sábado, em Córdoba, pela segunda rodada do Grupo B da Copa América.
Para se ter uma ideia, enquanto a Argentina foi derrotada pelo Brasil na decisão da Copa das Confederações de 2005 e também nas finais da Copa América de 2004 e 2007, o Paraguai sustenta um retrospecto equilibrado contra o time canarinho. De 2000 para cá, em nove duelos, são quatro vitórias para cada lado e um empate.
- Não podemos deixar de ter atenção com o Paraguai. É uma seleção que sempre dá muita dificuldade à Seleção Brasileira – resumiu o goleiro Julio César, que em 56 jogos pela Seleção tem apenas cinco derrotas, duas delas para o Paraguai.
O Paraguai é o adversário mais tradicional da primeira fase e vem de boas campanhas em Copas do Mundo. Por isso, um rival difícil" - Mano Menezes
Nesse período, as quatro vitórias do Paraguai sobre o Brasil foram assim: 2 a 1 em agosto de 2000, pelas eliminatórias, em Assunção; 1 a 0 no amistoso em 2002, em Fortaleza; 2 a 1 na Copa América de 2004, no Peru; e 2 a 0 em 2008, também em Assunção, pela competição que dá vaga na Copa do Mundo.
- O Paraguai é o adversário mais tradicional da primeira fase e vem de boas campanhas em Copas do Mundo. Por isso é um adversário difícil - disse Mano Menezes.
Brasil e Paraguai tiveram empataram sem gols na estreia da Copa América com Venezuela e Equador, respectivamente. Por isso, quem perder no duelo de sábado fica em uma situação complicada para se classificar para a próxima fase. 
- Temos que corrigir os nossos erros e ir atrás da vitória sobre o Paraguai já que vai ser uma partida muito difícil - disse Alexandre Pato. 
No retrospecto geral, porém, a Seleção Brasileira dá um banho no Paraguai. Dos 74 confrontos na história, o time verde e amarelo venceu 46 vezes, empatou 17 e perdeu apenas 11. O mais curioso é que desses 11 triunfos, sete foram conquistados na Copa América: em 23, 49, 53 (duas vezes), 63, 79 e 2004.
Só que por outro lado, a seleção paraguaia vive um mau momento na competição sul-americana. Desde 1993, quando o torneio passou a ser disputado por 12 países, o Paraguai caiu seis vezes nas quartas de final e uma vez na primeira fase. Já o Brasil é o atual bicampeão. Venceu a Argentina em 2004 e 2007.

Físico: versatilidade faz de Juninho o maior batedor de faltas da história

Quando se fala em Juninho Pernambucano, logo vem à memória do torcedor vascaíno o gol de falta marcado contra o River Plate, no empate por 1 a 1 pela semifinal da Taça Libertadores de 1998, considerado por muitos o gol do título naquela competição. Mas basta dar uma breve pesquisada na carreira do jogador para constatar que os gols de falta são, na verdade, uma especialidade do Reizinho da Colina (veja no vídeo ao lado oito obras-primas do camisa 8).
BLOG BRASIL MUNDIAL F.C.: veja golaços de falta de Juninho pelo Lyon
O físico inglês Dr. Ken Bray, da Universidade de Bath, na Inglaterra, gerou discussão ao afirmar que Juninho era o melhor cobrador de faltas da história em trecho do livro “How to Score: Science and Beautiful Game” ("Como Marcar: Ciência e Jogo Bonito”, em português), de 2009. O GLOBOESPORTE.COM entrou em contato com o cientista para saber detalhes de sua tese. Segundo ele, existem três tipos de cobrança de falta: com "topspin", assim como no tênis; com "sidespin", com efeito de lado; e a chamada "knuckleball", que, mesmo com pouco efeito, apresenta uma movimentação imprevisível e se assemelha a um arremesso de beisebol:
- Existem três diferentes técnicas utilizadas para cobranças de falta no futebol moderno. Eu digo que Juninho é o melhor cobrador de faltas de todos os tempos porque ele pode explorar todas elas. Pode haver jogadores, como Beckham e Cristiano Ronaldo, que se tornaram especialistas em um determinado método, mas nenhum atingiu a mesma capacidade técnica de Juninho em ser capaz de aplicar todos os três - afirmou, em entrevista por telefone e por e-mail.
De acordo com o físico, atualmente são poucos os jogadores que chutam a bola com pouco ou nenhum efeito. O mais comum nas cobranças de falta é o "sidespin":
- A maioria dos cobradores de falta desvia a bola, chutando-a rápido, com "spin" (giro ou efeito de rotação). O tipo mais fácil de giro para se aplicar é o "sidespin", em que a bola roda, como um pião, sobre um eixo vertical. Ela, então, move-se fortemente para um dos lados durante a trajetória, dependendo se é chutada por um jogador destro ou canhoto.
BRASIL MUNDIAL FC: veja alguns dos golaços de Juninho de falta pelo Lyon
No entanto, a marca registrada de Juninho é, sem dúvida, a falta cobrada com "topspin". O meia se caracterizou por marcar gols, muitos deles de longa distância ou com pouco ângulo, batendo na bola de uma forma em que ela faz um rápido movimento de cima para baixo, pegando os goleiros de surpresa. Um bom exemplo é o gol marcado contra o River Plate.
- Existem alguns jogadores, como Didier Drogba, que podem chutar a bola com "topspin". Isso é muito difícil de se fazer com a bola no chão, mas, se esse tiro sai, ela vai mergulhar, tornando-se desconcertante para o goleiro. O "topspin" também atinge uma velocidade muito maior do que o "sidespin", porque ajuda a empurrar a bola para baixo, assim como é feito por jogadores de tênis.
Juninho Pernambucano treina faltas (Foto: Rafael Cavalieri / GLOBOESPORTE.COM)
O cientista ainda explicou a técnica inspirada em arremessos de beisebol: a "knuclkeball", que é bastante utilizada pelo português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid:
- Finalmente, existem cobranças de falta em que, paradoxalmente, a bola é chutada quase sem "spin" e, mesmo assim, atinge muita velocidade. Nesse caso, as forças aerodinâmicas constantemente mudam de direção e tendem a mover a bola durante a trajetória. Isso acontece porque a bola moderna é constituída de poucos gomos. A da Copa do Mundo de 2010, por exemplo, tinha apenas oito painéis, enquanto a da Copa de 2006 tinha 14. Assim, a trajetória da bola se assemelha a um método especial utilizado por alguns "pitchers" (arremessadores de bola, no beisebol), que a lançam com muito pouco efeito. Esse arremesso com a bola de beisebol, que tem apenas dois gomos, é chamado de "knuckleball", cuja movimentação é imprevisível. Estamos vendo esse termo cada vez mais utilizado no futebol: Cristiano Ronaldo explora a técnica muito bem, e replays em slow-motion revelam que ele aprendeu a chutar a bola quase sem "spin".
físico Ken Bray (Foto: Divulgação)
Ken Bray, que considera o também inglês David Beckam o segundo maior cobrador de faltas de todos os tempos, logo abaixo de Juninho, lamentou o fato de o brasileiro ter deixado o futebol europeu - após oito temporadas no Lyon, ele saiu em 2009 rumo ao Al Gharafa, do Qatar, onde permaneceu até o fim de maio. A esperada reestreia pelo Vasco será nesta quarta-feira, a partir das 21h50m (de Brasília), contra o Corinthians, no Pacaembu. Se depender do físico, a torcida cruz-maltina pode esperar grandes momentos de seu camisa 8:
- É uma grande pena que os torcedores europeus não possam mais ver Juninho de perto, mas tenho a certeza de que os torcedores do Vasco vão saborear suas habilidades na produção de gols de falta espetaculares. Aos 36 anos, ele pode não atuar sempre durante os 90 minutos, mas é um grande jogador para se ter no time quando se está no meio de um jogo equilibrado, em que apenas uma cobrança de falta espetacular pode vazar o gol adversário. Nesse ponto, a idade em nada vai interferir. Por tudo isso, acredito que a próxima geração de jogadores de futebol pelo mundo faria bem se estudasse as cobranças de falta de Juninho.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ricardo Gomes confirma Juninho e testa Bernardo entre os titulares

Após a folga no último domingo, o Vasco se reapresentou na manhã desta segunda-feira em São Januário. O dia começou com um leve treino físico e uma atividade com bola para soltar a musculatura. Em seguida, o técnico Ricardo Gomes comandou um coletivo dando um esboço do time que irá enfrentar o Corinthians na próxima quarta-feira, às 21h50m, no Pacaembu. Além de confirmar Juninho Pernambucano como titular, a equipe teve mais duas novidades: Marcio Careca foi mantido e Bernardo apareceu entre os onze titulares.
Juninho Pernambucano durante treino do Vasco (Foto: Rafael Cavalieri / GLOBOESPORTE.COM)
Artilheiro do Vasco no Campeonato Brasileiro com quatro gols marcados, Bernardo foi escalado mais avançado jogando ao lado de Alecsandro no lugar de Eder Luis. O antigo titular não foi barrado. Como o Benfica ainda não assinou a prorrogação do empréstimo, o atacante segue sem contrato com o Vasco e não pôde ser regularizado na CBF.
O primeiro compromisso de empréstimo se encerrou no último dia 30 de junho. Como o documento não chegou, são remotas as chances de ocorrer uma reviravolta e Eder Luis voltar a ter condições de ser escalado. Tanto é que Ricardo Gomes já passou a testar o time sem a presença do camisa 7. Já Marcio Careca parece ter conquistado a confiança do treinador e mais uma vez foi mantido entre os titulares. O provável time do Vasco é: Fernando Prass, Fagner, Dedé, Anderson Martins e Marcio Careca; Romulo, Juninho Pernambucano, Felipe e Diego Souza; Bernardo e Alecsandro.
Com 11 pontos conquistados, o Vasco está em nono na tabela do Campeonato Brasileiro.