A chegada de Diego Tardelli ao Anzhi, da Rússia, no início de março tinha tudo para ser uma das mais badaladas transferências do futebol local nos últimos tempos. Tinha. Afinal, semanas antes, o clube contratou o pentacampeão Roberto Carlos. O ex-jogador do Atlético-MG, entretanto, não se incomoda nem um pouco com isso. Pelo contrário.
Se adaptando pouco a pouco aos diferentes costumes da Rússia e ainda perseguindo seu primeiro gol no novo clube, Diego Tardelli conversou com o GLOBOESPORTE.COM e contou como está sendo a vida ao lado do veterano e, segundo ele, “palhaço” lateral.
- A convivência é muito boa, quando estamos juntos é só palhaçada. Dou muita risada com as brincadeiras dele e ele com as minhas. Estamos brincando toda hora. No começo ficava um pouco tímido perto dele, mas agora tenho certeza que ganhei um grande amigo - afirmou Tardelli, lembrando também que o laço de amizade se estende aos outros brasucas da equipe: João Carlos, ex-Vasco, e Jucilei, ex-Corinthians.
No último final de semana, Tardelli, que reside e treina em Moscou (enquanto o CT em Makhachkala não fica pronto, o time apenas manda seus jogos na cidade localizada na região do Daguestão), viu de perto como Roberto Carlos é a grande estrela do futebol russo, que tem suas particularidades até mesmo no tratamento aos torcedores. Durante a partida contra o Volga (vitória do Anzhi por 2 a 1), um homem invadiu o campo com uma caneta e pediu um autógrafo do ex-lateral do Timão.
- Foi engraçado. Se fosse no Brasil, teria entrado um monte de segurança no campo para pegar o rapaz e colocar ele para fora... Mas aqui não. Ele entrou, pediu autógrafo e saiu numa boa. E os torcedores bateram palmas ainda (risos) - Contou Tardelli, que também falou sobre Atlético-MG e muito mais (confira a entrevista na íntegra abaixo).
Como está sendo a adaptação ao país? Problemas como idioma? E a alimentação?
Está sendo muito bom, mas não cheguei pegar o frio mesmo que faz aqui. Então foi mais fácil para me adaptar. O idioma é muito difícil, mas a cada dia venho aprendendo palavras russas, aí vai ficando mais tranquilo para formar uma frase (risos). De qualquer forma, estamos com um tradutor aqui. Sobre a comida, o começo foi complicado, pois ficamos no interior da Turquia (pré-temporada) e só tinha macarrão para comer. Mas, em Moscou, tem todos os tipos de restaurantes.
E o Roberto Carlos? Como é a convivência com ele?
A convivência é muito boa, quando estamos juntos é só palhaçada. Dou muita risada com as brincadeiras dele, e ele, com as minhas. Estamos brincando toda hora. No começo ficava um pouco tímido perto dele, mas agora tenho certeza de que ganhei um grande amigo. E não só ele, mas o João e o Jucilei também.
E nas horas de folga, o que vocês fazem?
Sempre saímos para jantar, mas sempre os brasileiros juntos. O difícil de Moscou é o trânsito. Quando o treino é ao meio-dia, saímos às 9h do hotel por causa do trânsito.
E a estrutura e o estilo de jogo na Rússia? Como você já atuou no futebol europeu, especificamente na Espanha (Bétis) e na Holanda (PSV), dá para traçar um paralelo?
É um futebol diferente. Os times são muito parecidos, e por isso se veem muitos resultados parecidos como 0 a 0. Também existe muito força física e correria. Acho que os campos deixam um pouco a desejar, mas por causa da neve, que queima o gramado. De resto, não tenho do que reclamar, o projeto do Anzhi é coisa do outro mundo. Daqui a dois anos vai ser show aqui...
O Anzhi faz uma boa campanha no Campeonato Russo (terceiro colocado com 15 pontos) e o Roberto Carlos já balançou as redes algumas vezes. Mas você, ainda não. Incomodado com esse jejum?
Me incomoda um pouco sim, porque quando estava no Atlético, na maioria dos jogos eu sempre fazia gols. Mas também estou tranquilo porque o treinador gosta muito de mim, e ele agora está me dando ritmo de jogo. O gol está quase saindo...
Falando em Atlético-MG, assistiu no domingo ao triunfo do Galo sobre o Cruzeiro (2 a 1 pela primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro - assista no vídeo ao lado)? Se o time levar o título, vai se considerar campeão também?
Vi sim, ainda está muito recente a minha passagem (pelo Atlético). Dá muita saudade da torcida, do carinho que tive, do respeito que encontrei ali dentro... Se for campeão e eles acharem que também faço parte do titulo, ficarei muito feliz. Sou atleticano fanático agora (risos). Para mostrar isso, de como sou querido lá, tem até um historia engraçada. Sábado estava trocando mensagens pelo Twitter com o Belo (cantor). Ele me disse que fez um show em Venda Nova-MG e, durante o show, a torcida do Atlético começou a gritar meu nome.
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