quinta-feira, 31 de março de 2011

Uma vitória, vários significados: Oscar sobra nos 3 a 0 do Inter


oscar internacional gol jorge wilstermann (Foto: Lucas Uebel / Vipcomm)
Teve um bocado de significados para o Inter a vitória de 3 a 0 sobre o Jorge Wilstermann, na noite desta quarta-feira, no Beira-Rio. Valeu pela liderança isolada do Grupo 6 da Libertadores, agora com dez pontos, serviu para praticamente garantir classificação, rendeu a manutenção da esperança de melhor campanha geral na primeira fase, apresentou um retorno qualificado de D’Alessandro, do início ao fim, e representou até um pouco de paz entre Zé Roberto e a torcida colorada. Mas nada tem efeito maior do que a consolidação do grande nome do Inter em 2011. Oscar acabou com o jogo.
O guri encanta. Ele fez um gol, deu a assistência para mais um e distribuiu lances de plasticidade artística – sejam passes ou dribles, sejam arrancadas ou assistências. D’Alessandro, outro destaque do time, e Zé Roberto marcaram os outros gols da equipe colorada.
Com o resultado, o Inter abriu três pontos sobre o Emelec, que tem sete, na segunda colocação. O Jaguares é o terceiro, com seis, e o Jorge Wilstermann, zerado, não tem mais chances de classificação. O time colorado volta a campo pela Libertadores já na semana que vem, no México, diante do Jaguares. Antes, no sábado, visita o Lajeadense pelo Campeonato Gaúcho.
 

Oscar multiplicado
Teve Oscar de tudo que é jeito. Teve Oscar chutando na beirada da área, teve Oscar cruzando na ponta esquerda, teve Oscar, para júbilo de Celso Roth, até marcando no campo de defesa. E teve, acima de tudo, Oscar fazendo o gol. Foi mais do mesmo: o guri, no primeiro tempo do jogo contra o Jorge Wilstermann, foi a melhor figura colorada, como vem acontecendo sistematicamente nos últimos jogos.
O ponto negativo para o Inter nos 45 minutos iniciais foi ter feito só um gol. O placar ficou magro e, em alguns momentos, até ameaçador. O time vermelho teve pelo menos oito oportunidades de gol, a maioria delas com participação efetiva de Oscar. A equipe de Celso Roth criou muito e aproveitou pouco.
O curioso foi que, a exemplo do que aconteceu na Bolívia, foi o Jorge Wilstermann quem ameaçou primeiro. Luis Garcia chutou cruzado, e Lauro defendeu. A partir daí, começou a coleção de oportunidades dos colorados. Oscar, com cinco minutos, recebeu de D’Alessandro na entrada da área e já girou para o gol com um chute. A bola saiu por pouco.
Mas chance boa mesmo, daquelas cristalinas feito água potável, foi Bolívar quem teve. D’Alessandro, pela esquerda, encontrou Leandro Damião, que ofereceu o que costuma receber: um cruzamento. A bola sobrou para o zagueirão dentro da área, de frente para o gol. Ele não conseguiu encaixar o corpo e chutou por cima. Mas foram puro desperdício os cabelos arrancados pelos colorados nas arquibancadas. O gol logo sairia.
Foi um lance bonito e curioso ao mesmo tempo. A beleza esteve com D’Alessandro. Ele dominou a bola e deixou de calcanhar para Kleber na ponta. O cruzamento sobrou para Wilson Matias, que perdeu tempo e chutou sobre a zaga. No rebote, apareceu Oscar, o múltiplo, para concluir a gol. A bola bateu em um zagueiro, voltou na barriga dele e retornou para o gol. Mauro Machado, o goleiro boliviano da equipe de Cochabamba, viu, incrédulo, a bola morrer em seu canto esquerdo.
Era um jogo moldado para Oscar antes do gol. E continuou sendo depois dele. O garoto, pela esquerda, deixou a espinha de dois adversários em formato de ponto de interrogação e mandou o cruzamento. Leandro Damião, de touca (por causa de um sangramento), cabeceou no canto. O goleiro defendeu.
Logo depois, o guri pintou de novo. Desta vez, ele acionou Zé Roberto na área, por baixo. O meia-atacante dividiu com o goleiro, que levou a melhor. Um chute de fora da área, perto do ângulo, completaria o repertório de Oscar no primeiro tempo. D’Alessandro ainda cobrou falta com perigo, sobre o gol boliviano.
D’Alessandro, o retorno; Zé Roberto, a reconciliação
D’Alessandro voltou. Na verdade, voltou no sábado, contra o São Luiz, mas retorno mesmo, daquele jeito que os colorados tanto queriam, foi aos 12 minutos do segundo tempo. O camisa 10 recebeu na área, enganou a zaga e mandou chute colocado. Enquanto a rede ainda balançava, ele dava um abraço nos roupeiros do Inter. Ah, detalhe: o passe foi de Oscar...
O Inter poderia ter ampliado antes. Até Guiñazu, que manda um chute a gol por século, resolveu arriscar a gol. O goleiro desviou para fora. Oscar teve mais um momento de protagonismo. Recebeu na área e mandou pancada em diagonal. Mauro Machado salvou.
Rafael Sobis aquecia na beira do campo, pronto para substituir Zé Roberto, quando saiu o terceiro gol. Justamente de Zé Roberto. Kleber cruzou da esquerda, Leandro Damião desviou e o camisa 23 completou. Foi a garantia dos aplausos para o jogador ao ser substituído.
Índio poderia ter feito outro. Oscar mandou uma bomba para o goleiro buscar no ângulo. Houve troca de passes, houve tempo passando, houve controle absoluto do Inter - Lucas Fernández, do Jorge Wilstermann, foi expulso ao chutar D'Alessandro por trás. Mas talvez o mais representativo no segundo tempo tenha sido a substituição de Oscar. Quase 30 mil pessoas, de pé, aplaudiram o guri.

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