A situação delicada na Taça Libertadores da América, após a derrota por 2 a 0 para o Nacional, quarta-feira, em Montevidéu, está longe de ser o único problema que cerca o Fluminense. Talvez seja até o menor deles, diante de uma crise que só cresce nos bastidores. Tudo isso porque nem mesmo o vazamento do problema de relacionamento entre o patrocinador e a nova diretoria do clube foi capaz de estreitar os laços ou facilitar soluções. Pelo contrário. Celso Barros e o grupo comandado por Peter Siemsen estão cada vez mais distantes, e o problema já reflete nos jogadores.
Ausente nos últimos jogos do Tricolor no Rio de Janeiro, o presidente do patrocinador viajou ao Uruguai para apoiar a equipe na competição mais importante do ano. Sua presença em Montevidéu, no entanto, foi como a de um simples torcedor. Ao contrário do costume, Celso Barros sequer teve contato com o elenco, não foi no hotel onde a delegação estava concentrada e surpreendeu ao não comparecer também a uma homenagem para a torcida "Fluruguay", realizada na última terça, como era esperado.
O afastamento cada vez mais evidente tem preocupado os jogadores, que já entraram em contato com o empresário em busca de informações sobre o futuro da parceria. Nos bastidores, o clima de tensão é evidente, e alguns atletas pensam seriamente em tomar outros rumos no Brasileirão. Apesar da considerarem o presidente uma boa pessoa, eles o veem como alguém que “não é do meio do futebol”. Uma eliminação precoce na Libertadores pode ter efeitos catastróficos.
- O negócio está feio, e a tendência é piorar – disse um membro da delegação que viajou ao Uruguai e preferiu manter o anonimato.
O distanciamento entre os poderes do clube levantam a dúvida até mesmo sobre a chegada de Abel Braga. Diante da situação, há quem não tenha mais tanta certeza do investimento do patrocinador na contratação do treinador, acertado para assumir a equipe em junho. Há também quem recorde a passagem de Carlos Alberto Parreira, em 2009, durante a qual, por estar contrariado, o patrocinador diminuiu o investimento em reforços.
Líder do elenco e amigo pessoal de Celso Barros, o atacante Fred não nega a indefinição sobre o futuro do clube aos companheiros e chamou a atenção durante a viagem ao Uruguai pelo comportamento retraído, o que não é costume. A postura, inclusive, explica a saída à francesa do capitão do Aeroporto Tom Jobim na chegada da delegação de Montevidéu.
A definição sobre o futuro tricolor dentro de campo sairá em duas semanas, quando terminam as primeiras fases do Carioca e da Libertadores. Já a novela sobre o futuro do clube se prolongará por alguns meses.
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