Bastava o empate com o Nova Iguaçu para o Fluminense assegurar vaga nas semifinais da Taça Rio. Com a cabeça na Libertadores - terá partida decisiva na quarta-feira, fora de casa, contra o Argentinos Juniors,.pela Libertadores, em que precisa da vitória e de tropeço do Nacional para passar à segunda fase -, o time até fez mais. Mesmo que de forma burocrática, poupando energias, venceu o adversário por 1 a 0, na tarde deste domingo, no Engenhão. Com os outros resultados, terminou em primeiro lugar no Grupo B. O que significa? Um Fla-Flu decisivo no próximo domingo, logo após o que promete ser uma verdadeira batalha contra os hermanos, no estádio Diego Maradona.
A torcida tricolor - pouco mais de quatro mil pagaram ingresso - sabe bem disso. Tanto que cantou no Engenhão repetidas vezes no fim do jogo musiquinha que diz: "Quarta-feira é guerra." Mas neste domingo, a partida foi bem tranquila. Fred, de pênalti, artilheiro do campeonato, fez o gol do triunfo - o seu décimo na competição - e quebrou o jejum de cinco jogos sem marcar. O Nova Iguaçu se despede em sétimo lugar do Grupo A, com 7 pontos ganhos.
Só o início é animador
Não foi um primeiro tempo encantador, que aquecesse a torcida tricolor para a semana que promete reservar grandes emoções. Mas serviu para que fosse cumprido o principal objetivo: sair na frente no marcador para administrar o resultado com tranqulidade até o fim. Os primeiros cinco minutos até que foram animadores. O time começou em ritmo bem acelerado. A ordem era garantir logo a vitória, essencial para poder poupar energia no segundo tempo. Desfalcado de Deco, suspenso - Marquinho ocupou seu lugar -, o segredo do Flu era explorar o lado direito, seja com Conca ou Mariano. O lateral-esquerdo do Nova Iguaçu, Artur, na verdade estava improvisado na posição, o que facilitava a tarefa.
Enderson Moreira, o técnico tricolor, havia optado por Araújo no lugar de Emerson no ataque. O Sheik, que não foi ao treino de sexta-feira, perdeu a vaga. No banco, o atacante via a tal velocidade tricolor durar pouco. O Nova Iguaçu, de uniforme reserva - camisa preta com detalhes em laranja -, ficou aliviado da pressão inicial quando conseguiu uma falta num contra-ataque. O goleiro Diogo Silva viveu seu momento Rogério Ceni e fez cobrança perigosa, rente ao gol, assustando Ricardo Berna. Pouco depois, Fred respondeu em outra cobrança de falta, raspando o canto direito, no primeiro chute com perigo da equipe das Laranjeiras.
A partir daí, no entanto, a marcação da equipe da Baixada Fluminense apertou. As jogadas pelas laterais deixaram de acontecer. O técnico Zinho povoou mais o meio-campo, deixando menos espaços para Conca criar. E sem o camisa 11 inspirado, Fred e Araújo pouco recebiam para produzir.
Fred quebra jejum de gols
A Laranja da Baixada já era superior em campo quando, aos 17 minutos, após falta cobrada pela direita, o zagueiro Leonardo subiu mais que a defesa tricolor para testar firme, obrigando o goleiro Ricardo Berna a fazer boa defesa. Era a senha. Aos 20, na parada técnica, Enderson Moreira deu o alerta de que melhorar era preciso. Afinal, Botafogo e Olaria venciam suas partidas. Apesar de o empate bastar para a classificação do Flu, era bom fazer logo um gol para evitar problemas.
E o time entendeu o recado. Conca se movimentou mais, Mariano voltou a atacar pela direita e centrou para Marquinho. A cabeçada foi certeira, mas o goleiro Diogo Silva fez bem a sua parte, espalmando para escanteio. Pouco depois, aos 27, Fred girou para bater dentro da área. A bola resvalou no braço de Leonardo, bem aberto. O árbitro Marcelo Venito Pacheco não teve dúvidas em marcar o pênalti. E o camisa 9, finalmente, acabou com o jejum de cinco jogos sem marcar. O artilheiro do Campeonato Carioca bateu firme, à direita de Diogo Silva, sem chances, aos 28, marcando o seu décimo gol na competição.
Após o gol, a equipe tricolor voltou a tirar o pé do acelerador. O Nova Iguaçu, sem chances de classificação e garantido na série A carioca do ano que vem, queria apenas fechar com dignidade a sua campanha na competição. O time partiu para buscar o empate e teve duas chances. A primeira, com Luan, que soltou uma bomba de fora da área, que tirou tinta da trave de Berna. A segunda, com Artur, que dentro da área pegou uma sobra mas tocou mal, pelo alto.
Ritmo cai no segundo tempo
Pouco depois de dada a saída da segunda etapa, o segundo gol do Olaria sobre o Vasco voltou a dar o sinal amarelo ao Fluminense. Um terceiro gol do time da Bariri tiraria a liderança do Grupo B dos tricolores, o que provocaria um confronto com o Vasco - o Flamengo empatava com o Macaé pelo Grupo A. Fred chegou a estufar as redes aos três minutos, mas na hora do giro para bater segurou o zagueiro Leonardo, e a falta foi marcada. Depois, Julio Cesar veio de trás, em jogada individual, mas perdeu o ângulo e o gol.
O Vasco diminuiu o marcador contra o Olaria, o Flamengo abriu o placar contra o Macaé. No Engenhão, a partida ficava cada vez mais morna. Com o Nova Iguaçu mais cansado em campo, o Flu se limitava a tocar a bola. A melhor jogada foi numa troca de passes entre Marquinho e Fred. O atacante fez um corta-luz e recebeu na frente para bater para fora, com perigo.
Zinho mexeu no Nova Iguaçu, trocando Maicon por Vinicius. No Flu, Conca, pendurado com dois cartões amarelos, foi poupado. Saiu para a entrada de Willians. A cabeça, mais do que nunca, já estava na Libertadores. Pouco depois, entrou o barrado Emerson no lugar do apagadíssimo Araújo. O Sheik até mandou uma bola na trave. Depois, o Nova Iguaçu teve chance de empatar, que Berna evitou. A vitória estava garantida. O Fla cedia o empate, e Ronaldinho perdia pênalti no último minuto. O Vasco arrancava empate com o Olaria. Agora, da parte tricolor, é esperar pela semana de emoções.
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