segunda-feira, 4 de abril de 2011

GALVÃO: ‘Uma área de escape tem que ser criada ali, urgentemente’

Amigos,

A tal "curva do Café" em Interlagos me atormenta já faz tempo. Só neste ano são duas mortes. Há três anos morreu o menino Rafael Sperafico e em 2003 Alonso e Webber escaparam por pouco.

Interlagos é um dos melhores e mais seletivos circuitos do mundo. Sua história é rica e estou dentre aqueles que consideram seu solo sagrado.

Só que o tempo passa, as coisas mudam e devem mudar sempre, principalmente em nome da segurança. A "curva do café" é hoje sem dúvida uma das mais perigosas do mundo. Não por seu traçado, longe disso, já que ela não tem muitos segredos e é um espetáculo ver os carros entrando na reta de motor cheio, tentando "achar" o vácuo do carro da frente para decidir na freada do “S” do Senna.

Mas é exatamente aí que está o perigo. Em qualquer categoria os carros a contornam de pé cravado, e qualquer problema, uma escorregada na chuva, um pneu furado, um toque e o destino é o muro, que joga o carro de volta para o meio da pista. Quantos já escaparam porque tiveram a sorte de não serem atingidos por ninguém.

Sorte que Gustavo Sonderman, um menino de 29 anos, não teve neste domingo.

Alguém em caráter de urgência tem que tomar uma decisão. A CBA tem que exigir mudanças. A prefeitura de São Paulo, proprietária do circuito, tem que viabilizar as mudanças.

Uma área de escape tem que ser criada ali, como recentemente foi criada no "Laranjinha", sob o risco de chorarmos novos Speraficos e Sondermanns...

Quem pede é um profissional que há 37 anos trabalha em corridas de automóveis e que ama o automobilismo.

Quem pede, em última instancia, é um pai que cedo vibrou com a vitória de um filho e os pontos importantes de outro na Stock Car e que mais tarde chorou junto com os Sondermann, que perderam o filho...

Pedro Boesel Gustavo Sondermann acidente (Foto: Vanderley Soares)

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