Wellington Paulista foi reprovado em 16 peneiras até ser bem-sucedido. Todos os grandes paulistas, inclusive o Palmeiras, torceram o nariz para ele na adolescência. Mas Wellington não desistiu. Acabou se tornando jogador no clube de seu coração, o Juventus. No time da Mooca, chamou a atenção do Santos. Passou ainda por Alavés-ESP e Botafogo, até estourar de vez no Cruzeiro, fazendo dupla com Kleber. Agora, aos 27 anos, Wellington acredita ter chegado ao auge de sua carreira, com a transferência para o Palmeiras, clube de origem italiana, assim como o bairro onde nasceu e foi criado.
- Sempre vivi na Mooca, cercado de amigos palmeirenses. Minha avó materna era italiana e a família do meu pai é de Pernambuco. Então eu sou meio italiano, meio pernambucano - diz o jogador, orgulhoso de suas origens.
Wellington Paulista chega a São Paulo, vindo de Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira. Na quinta, passa pelos exames médicos de praxe, antes de assinar contrato. Ele diz que ainda não sabe se a apresentação oficial será na quinta ou na sexta-feira.
Havia uma grande expectativa em torno da contratação de um centroavante. Você vem para ser esse cara que vai assumir a 9 e ser titular?
Estou indo para jogar. Respeito meus companheiros, mas vou para jogar. Em todos os clubes por onde passei sempre fui muito bem, e a expectativa é de fazer um grande trabalho também no Palmeiras
A camisa 9 está vaga já há algum tempo. Faz questão de ficar com ela?
Ah, eu gostaria de ser o 9 porque sempre fui o 9, todos me reconhecem como o 9. É uma camisa que carrega um significado especial porque é a camisa do centroavante, a camisa do cara que está sempre fazendo gol.
Ansioso para reatar a dupla com Kleber?
Demais! Ele é um cara sensacional, um grande amigo, tanto dentro como fora de campo. Kleber fez muito para que eu acertasse com o Palmeiras. Quem negociou tudo foi o empresário dele, o Pepe (Giuseppe Dioguardi). Espero agora corresponder a essa confiança toda do Kleber.
Mas qual o segredo dessa parceria?
A gente se encaixou muito bem no Cruzeiro. Quando um estava na área, o outro estava fora, criando jogadas. É entrosamento. Quando ele sai para pegar a bola, eu sei para onde correr. Pode ver que a gente sempre procura o outra
O camisa 10 é o Valdivia, chileno. Vê semelhanças entre ele e o Montillo, que é argentino?
Sim, são muito parecidos. Os dois conduzem bem a bola e têm muita qualidade no passe, estão sempre deixando os atacantes na cara do gol. O Montillo me ajudou bastante e tenho certeza que o Valdivia também vai.
Felipão o elogiou bastante em entrevistas. Já conversou com ele?
Ainda não, mas, nossa, estou muito feliz por poder trabalhar com ele. A gente sempre sonha trabalhar com os melhores do mundo, e o Felipão dispensa comentários. Tenho certeza que vou aprender e crescer muito com ele.
Seu empréstimo vai até dezembro. Depois disso fica livre?
Não, aí eu vou ter mais dois anos de contrato com o Cruzeiro e, em tese, vou ter que voltar para lá. Mas tem opção de compra nesse empréstimo aí, vamos ver o que vai acontecer. Se eu for bem, posso ficar.
Você foi criado na Mooca, um tradicional bairro italiano de São Paulo. Tem muito amigo palmeirense?
Demais, e sempre me cobraram que, um dia, eu tinha que ir para o Palmeiras. Minha família inteira é juventina, meu pai me levava para ver os jogos do Juventus na Rua Javari, mas é lógico que a presença de palmeirenses por perto sempre foi muito grande.
Você tem sangue italiano?
Tenho, sim. Tenho inclusive o passaporte italiano, porque meu avô materno era italiano. Mas a família do meu pai é de Pernambuco. Então eu sou meio italiano, meio pernambucano.
Tipo pizza de carne seca.
(Risos) É, isso aí.
É verdade que você fez peneira no Palmeiras e foi reprovado?
Eu fui reprovado em 16 peneiras. Fiz uma no Palmeiras, uma no São Paulo, uma no Santos, três no Corinthians, seis no Juventus, que é o clube do meu coração, e as outras foram em times do Interior. Fui aprovado na sexta vez no Juventus, já com quase 18 anos. Detalhe: como meia. Na verdade, eu queria jogar, não importava a posição, mas me aprovaram como meia. Só depois, por causa da minha altura (1,80m) e facilidade para fazer gol, me colocaram de atacante.
O Palmeiras foi campeão paulista em 2008, mas não ganha um título nacional ou internacional há mais de dez anos. A pressão é grande. Está preparado?
Opa! Na verdade, essa pressão já começou aqui em Belo Horizonte. Um palmeirense me encontrou na rua e já saiu cobrando gols (risos). Acho legal isso e estou preparado, sim. Quero muito ajudar o Palmeiras com gols e ver a torcida gritar “é campeão” novamente.
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